Escutar é urgente

Por Cris Zanferrari Quem alguma vez já atravessou a pé a mais famosa das pontes americanas, a Golden Gate, deve ter se surpreendido com os telefones públicos, ao longo do trajeto, com uma finalidade única: aconselhamento emergencial para momentos de crise, ou, em bom inglês, “Crisis Counseling: there is hope/make the call”. Explica-se: o mais…

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De juízes e juízos

Crianças podem não saber nomear as coisas do mundo, mas são capazes dos sentimentos mais solidários do ponto de vista existencial. Quando pequena, havia em mim um sentimento e um desejo muito fortes de não fazer o mal. E não fazer o mal, no que dizia respeito à existência de pequeninos seres vivos, era simplesmente deixá-los viver.

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Artigo raro

Eu não tenho, tu não tens, ele não tem. Nós não temos, ninguém mais parece ter. Parece até uma aula de concordância verbal, mas é apenas uma constatação. Estou falando de um artigo raro, escasso, em falta no mercado atual: paciência. Será? Sejamos sinceros: muito provavelmente você já se impacientou às primeiras linhas por não saber do que tratava esse texto. Assim é que é. Consolo se há, é que você não é o único a se impacientar com as coisas, as pessoas, o trânsito, o escambau.

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Cuidar das Palavras

Um banco de praça promove encontros. Dos mais inusitados e surpreendentes. Foi assim com uma culta senhora de mais de 90 anos e um homem de meia idade e bom coração, protagonistas do terno e belo “Minhas tardes com Margueritte”. Ambientada  em uma cidadezinha do interior da França, a história da amizade entre Margueritte e Germain é, sobretudo, uma história sobre a força e a importância das palavras.

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“Território interior”

Dia desses alguém me aconselhou: “Cuide-se. Se você não se cuidar, não poderá cuidar dos outros.” Compreensível para quem, como eu, é mulher, com trabalho, família e filhos, incluídos o cachorro e o papagaio (este último é só um modo de dizer, se me permitem fazer uma graça).Compreensível para quem é mulher. Ponto. Ser mulher já é em si trabalhoso, o que dirá com todos esses periféricos. A gente se desdobra (“mulher é desdobrável”, recordo Adélia) para dar conta do mundo. Mas como é mesmo que a gente cuida de si?

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