Irmanar-se (ou: sobre dor)

Todo mundo tem uma dor. Parece uma banalidade de se dizer, mas da próxima vez que você começar a se sentir arrasado, deprimido, desanimado ou invejar uma postagem glamorosa nas redes sociais, achando que falta glamour na sua própria vida, lembre-se: essa pessoa, que recebeu milhares de curtidas e sorri em uma selfie para a câmera, também tem uma dor.

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Mood Board

“e todos os dias trazer à tona meu melhor rosto […] e todos os dias depurar o melhor de mim […] e todos os dias não deixar a sede vencer a garganta não deixar o gesto se estender do braço e não gritar, não gritar nem chorar, nem utilizar palavras ásperas (dance, dance, dance e…

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Aceita um café?

Ontem foi o dia internacional do café. Como se precisasse. Café precisa é de todos os dias. Sem café apenas se levanta, não se acorda. Sem café, é como se o almoço não terminasse, não houvesse digestão possível. Sem café, não haveria pausa no trabalho e aquela conversa jogada fora a pretexto de. Sem café, faltaria inspiração a escritores, publicitários, diretores de cinema, artistas plásticos. Sem café, o mundo continua sendo possível, mas os dias têm menos sabor.

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“Conforte-me com maçãs” (ou: da importância dos títulos)

Livros me seduzem desde sempre, porque meu universo é o da palavra. Escrita, diga-se de passagem. Escrevendo, pode-se falar “pra caralho”, ensinou Caio Fernando. Daí que o universo dos livros é também o universo das palavras, é onde elas fazem morada. Daí que o título de um livro é, portanto, a porta da casa que se abre para esse universo. Portas há que convidam a entrar, por sua beleza e delicadeza, ou porque instigam a curiosidade. Outras também há que repelem de tão gastas, ou porque cheiram a estabelecimento comercial. Mas há que se estar especialmente atento àquelas que aparentam e prometem um interior repleto de encantos que não resiste ao primeiro passo depois da soleira.

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Mosaico textual para Caio

Tenho mania de citação. É como se as aspas, esse sinal gráfico que indica a fala de outrem, estivessem o tempo todo ali, só esperando o momento exato de se manifestar. E elas se manifestam o todo o tempo. Vejo uma ponte, e penso em Bakhtin. Olho um poente, e cito Pessoa. Ouço histórias, e lembro de Mia Couto. Se a fé me falta, recito Adélia Prado. Pode parecer esquisito, como toda mania. Cada um com a sua.

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